Poema de nós dois (sem início e muito menos sem fim) por: Mateus Ribeiro
Diálogo: ela e ele
Frágeis versos por quê?
Se a palavra é tão forte
O sentimento não falha
O ferimento é certeiro
E o coração não erra...
Brinca-se de poesia como se lapida um cristal
O pensamento errante perto de alguém especial
O problema é que cristais se quebram
Quando encontram um coração demasiado duro...
Porém apesar de todas as dificuldades
Meu coração negro sangra
Ao se encontrar com os sentimentos seus,
Sua carne também se esvai em sangue
As gotas se misturam e fervem
Mancham os lençóis de vermelho
Enquanto ela sussurra gemidos ardentes
Me arranha o corpo e me beija
Um beijo sedento por amor
Que de tão sofrido
Mais sangue faz escorrer
Acendendo nossos corpos
Que em um abraço de morte
Ardem em êxtase no fogo do prazer
(++)
(no cemitério)
Amanhecem dois cadáveres
Abraçados na companhia dos outros (mais antigos)
Eles que por se amar morreram
Para repetir muitas e apaixonadas vezes mais
E enfim, em um delicado sopro de vida que se esvai
Abandonar o encanto da eternidade que termina...
Deixando o outro pra dormir
Em lençóis úmidos de orvalho e lágrimas
Nesse amor eterno e contraditório
(R.I.P)
Separados e juntos para sempre.
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